sexta-feira, 24 de junho de 2011

Existem cada vez mais evidências científicas apontando o efeito benéfico de um estilo de vida ativo na manutenção da capacidade funcional e da autonomia física durante o processo de envelhecimento.
Segundo dados científicos a participação em um programa de exercício leva à redução de 25% nos casos de doenças cardiovasculares, 10% nos casos de acidente vascular cerebral, doença respiratória crônica e distúrbios mentais. Talvez o mais importante seja o fato que reduz de 30% para 10% o número de indivíduos incapazes de cuidar de si mesmos, além de desempenhar papel fundamental para facilitar a adaptação a aposentadoria.
“Um dos aspectos mais fascinantes, é a relação entre o exercício e a longevidade. Os estudos têm demonstrado que os indivíduos fisicamente ativos apresentam menor deterioração da aptidão física. Foram acompanhados aproximadamente 14.000 ex-alunos de Harvard, por 22 anos, e observou que os indivíduos que pararam de praticar esportes tiveram 35% de incremento no risco de morte sobre aqueles que continuaram sedentários. Porém aqueles que começaram a praticar esportes experimentaram índice 21% menor de morte que aqueles habitualmente sedentários. Aqueles que se tornaram mais ativos experimentaram um índice 28% menor de morte e os que sempre se mantiveram ativos, um índice 37% menor que os que nunca fizeram exercícios vigorosos.” (Vida Ativa para o novo milênio) Dr. Victor Matsudi – Revista Oxidologia set/out/: 18-24, 1999 – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul – Programa Agita São Paulo.
O percentual da população com mais de 60 anos em 1990, era de 7,7%, em 2008, aumentou para 10,3% segundo o IBGE (fonte), aumentando em 2,6% a cada 18 anos. No ano de 2025, eles equivalerão aproximadamente a 15% da população, havendo uma mudança de distribuição etária. Razões que nos permite planejar atividades que estejam de encontro com as necessidades destas pessoas, reduzindo a inatividade total que pode levar aos efeitos deletérios provocados pela inatividade física, mental e psíquica.
A terceira idade possui comportamentos e valores que sobressaem índices de diversas idades como: comprometimento total, fidelidade, presteza, solidariedade, cooperação, assiduidade, motivação, superação de limites, competição, colaboração. Devemos aproveitar esses valores e agregar a estrutura existente com a população local que é composta em grande parte por famílias.

Exercícios físicos preventivos, o melhor remédio para a osteoporose.



        Mulheres com osteoporose na pós-menopausa devem realizar exercícios físicos preventivos. Quem recomenda é a fisioterapeuta Sylvia Henriques em sua tese de doutorado "Alterações musculoesqueléticas de risco para quedas em mulheres na pós-menopausa com osteoporose", defendida na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e orientada pela professora Lúcia Costa Paiva. Ao receber o diagnóstico da doença que evolui com o passar dos anos, em geral, as mulheres procuram atividades físicas nem sempre adequadas, optando muitas vezes por exercícios na água. Sylvia esclarece, no entanto, que a prática de exercícios com peso e impacto, envolvendo grandes grupos musculares e com ação da gravidade, desde que de forma direcionada e supervisionada por especialistas, acaba estimulando o processo de remodelação óssea, melhora as condições musculoesqueléticas gerais, diminuindo o risco para quedas e, conseqüentemente de possíveis fraturas.
Sylvia alerta, no entanto, para a maneira correta de se exercitar. Indivíduos com fraturas recentes, densidade mineral óssea muito baixa ou problemas posturais importantes, requerem atenção de profissional especializado, orientando na correção dos movimentos. Devem ser evitados também exercícios comuns realizados em academias e em salas de ginástica que poderiam complicar ainda mais o quadro. Como uma das alterações ocorridas no indivíduo portador da doença é a acentuação das curvaturas da coluna (corcunda), decorrentes das microfraturas vertebrais, os exercícios abdominais dentre outros exercícios que exigem a flexão do tronco, são contra-indicados, enquanto os exercícios que exigem extensão do tronco devem ser estimulados. A fisioterapeuta afirma que a prática regular de atividades físicas de impacto, tais como a caminhada e a musculação, têm efeito direto na qualidade de massa óssea, prevenindo a osteoporose e suas complicações.
A pesquisa realizada por Sylvia contou com 30 mulheres com osteoporose e 33 sem a doença. Todas as voluntárias responderam entrevista e foram submetidas à avaliação física e radiológica nas alterações mais evidentes como postura (curvaturas sagitais da coluna vertebral), força muscular, equilíbrio e flexibilidade. Neste estudo, evidenciou-se que mulheres com osteoporose apresentam alterações musculoesqueléticas que podem levar, em longo prazo, à limitação das atividades diárias, dor lombar e favorecer a ocorrência de quedas, contribuindo para maior risco de fraturas. Estas observações permitem propor que mulheres com osteoporose participem de programas físicos preventivos.
Fonte: Jornal da Unicamp