Problemas nas articulações podem causar
dificuldades para se sentar, levantar e até andar. Proteger as articulações desde jovem é muito importante para chegar à idade
adulta com vitalidade e disposição. Isso porque o desgaste neste mecanismo que
permite a movimentação de todo o corpo (joelhos, tornozelos, mãos, pés, coluna,
ombros, punhos, quadril, cotovelo e mandíbula) é lento e gradual, ficando mais
evidente na velhice. Ao longo do tempo, a deficiência em alguma articulação
pode trazer dificuldades para se sentar e levantar, escrever, mastigar e até
andar.
Para mantê-las saudáveis é preciso uma substância
já bem conhecida, mas sempre associada a questões estéticas de firmeza da pele
e envelhecimento: o colágeno. Essa proteína é fundamental para o funcionamento
adequado da cartilagem articular, tipo especial de tecido que reveste a
extremidade de dois ossos justapostos, permitindo a execução dos movimentos do
corpo. Sem as cartilagens articulares, um osso se chocaria com o outro e não
seria possível se movimentar direito.
A cartilagem articular funciona como uma mola ou
esponja, que cede água quando pressionada e volta a sua forma primitiva quando
a pressão cessa. É o que permite ao joelho, por exemplo, aguentar o peso do
corpo. Nesse sistema, o colágeno atua como uma malha de sustentação, retendo as
demais substâncias existentes dentro da cartilagem.
"Nossa cartilagem articular é composta por 70% de água e o restante por células chamadas condrócitos, condroblastos e fibroblastos. Os fibroblastos sintetizam as proteínas de colágeno e elastina, formando arcos de sustentação que funcionam como molas e ajudam na absorção de impactos diretos sobre a cartilagem", explica Nádia Lucila Rocha Brito, nutricionista clínica e esportiva do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
"Nossa cartilagem articular é composta por 70% de água e o restante por células chamadas condrócitos, condroblastos e fibroblastos. Os fibroblastos sintetizam as proteínas de colágeno e elastina, formando arcos de sustentação que funcionam como molas e ajudam na absorção de impactos diretos sobre a cartilagem", explica Nádia Lucila Rocha Brito, nutricionista clínica e esportiva do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
O colágeno é a proteína mais abundante do organismo
humano e apresenta-se em mais de dez tipos diferentes, com composições e
funções distintas. "Ele fortalece os tecidos, promove elasticidade e dá
resistência à pele, aos músculos, tendões, meniscos, ligamentos, veias, vasos e
artérias, além de realizar a distribuição de fluídos em vasos sanguíneos e
linfáticos. Portanto, sua função vai além da estética", aponta a
especialista. O colágeno II é o tipo encontrado nas cartilagens articulares e
produzido pelas células cartilaginosas.
Alimentação
correta
A principal fonte de colágeno vem da alimentação.
"Apesar de o colágeno ser produzido normalmente pelo organismo desde que
nascemos, estudos mostram que a partir dos 30 anos o corpo sofre uma perda
gradual da proteína, algo em torno de 1% ao ano", diz.
Por isso, é preciso incluir no cardápio com frequência alimentos de origem animal, como carnes vermelhas, frango, peixes e ovos, que são a principal fonte de colágeno. Já vegetais como soja, feijão, lentilha e grão de bico, apesar de não serem fontes diretas de colágeno, são fontes de proteínas que contribuem para a formação dessa sustância. "A recomendação de consumo diário de proteína para adultos, de acordo com o RDA (Recommended Dietary Allowance) e DRI (Dietary Reference Intakes) , dos EUA, é de 80 gramas por quilo de peso", conta a médica.
Por isso, é preciso incluir no cardápio com frequência alimentos de origem animal, como carnes vermelhas, frango, peixes e ovos, que são a principal fonte de colágeno. Já vegetais como soja, feijão, lentilha e grão de bico, apesar de não serem fontes diretas de colágeno, são fontes de proteínas que contribuem para a formação dessa sustância. "A recomendação de consumo diário de proteína para adultos, de acordo com o RDA (Recommended Dietary Allowance) e DRI (Dietary Reference Intakes) , dos EUA, é de 80 gramas por quilo de peso", conta a médica.
De acordo com uma pesquisa do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) feita entre 2008 e 2010, a alimentação
de 90% dos brasileiros deixa a desejar neste sentido: ela é rica em produtos
calóricos e de baixo teor nutritivo. "Menos de 10% atinge as recomendações
de consumo de frutas, legumes e verduras, que é de 400 gramas ao dia",
aponta a nutricionista. Isso transforma a população brasileira em alvo fácil de
doenças e desgastes nas articulações.
A atenção deve ser redobrada após os 50 anos. Segundo a nutricionista, nesta
fase da vida o corpo passa a produzir, em média, apenas 35% do colágeno
necessário para os órgãos de sustentação. Para as mulheres a situação é ainda
mais delicada. A deficiência de estrogênio que ocorre entre 45 e 50 anos devido
à menopausa ocasiona uma diminuição da quantidade de fibroblastos, as células
responsáveis pela produção do colágeno. "Estima-se que com a menopausa
haja uma perda média anual de 2% de colágeno", fala Rocha Brito.
Em todos os casos, prevenir é sempre o melhor caminho. E no caso das
articulações, quanto antes, melhor. "É com uma alimentação equilibrada,
prática de atividade física e a não exposição a fatores que causam riscos à
saúde - como estresse, fumo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas - que
conseguimos uma vida saudável e prolongada", afirma a especialista do HC.
Matéria
publicada em portal UOL
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